Eu
estava andando pela calçada quando me deparei algo curioso e difícil de ver.
Havia
uma garota que estava naquele frio conversando com um homem, que estava sentado
no canto do beco do outro lado da rua, ela estava bem agasalhada, e ainda sim parecia
tremer um pouco. Neste inverno está tão frio que algumas árvores tiveram seus
galhos congelados, enquanto ela conversava com ele lhe entregou um cobertor e
um bilhete, podia ver a alegria no olhar daquele homem e o sofrimento que ele
passava, sua expressão era como se tivesse sido salvo no último minuto de sua
vida.
Ela
usava um casaco de couro preto com detalhes delicados, uma calça jeans escura
com Ankle Boots preto fosco, falar dela é complexo mesmo para quem acaba de
conhecê-la como eu, seus cabelos eram na altura do ombro e sua coloração era a
harmonia perfeita entre o preto e o vermelho, com olhos escuros cor âmbar e seu
sorriso irradiava calor como se pudesse derreter o gelo por onde passava.
Fiquei
encantado com a visão, nos dias de hoje uma ação dessas requer coragem e muita
força de vontade, um pequeno gesto como este mudou a vida daquele homem, e não tinha
como dizer como o porquê desta certeza, apenas sabia.
O
homem a agradeceu enquanto segurava suas mãos, e então se entrelaçou em seu
novo cobertor tentando dormir.
Ela
virou-se e por um pequeno instante nossos olhos se encontraram, foi como um
baque e de repente ela estava sorrindo para mim. Imaginei ter ficado vermelho,
e fiz a única coisa que me veio à cabeça que era cumprimentar a moça, depois me
arrependi achando que tinha sido um idiota, mas para minha surpresa ela
respondeu o aceno com outro e um sorriso.
Ela
se virou e foi, a observei de costas com cabelos balançando levemente com a
brisa gélida que este inverno trazia. Então cada um continuou seu caminho.
Quando
cheguei em casa me senti estranho por dentro, não saberia dizer o que era
aquele sentimento dentro de mim. Se era a felicidade ou a surpresa por ainda
ter pessoas boas neste mundo que a muito se perdeu, afastei o pensamento e fui
me preparar para descansar.
No
dia seguinte levantei da cama e fui direto para o banheiro.
Minha
casa era um local bem agradável para se morar, eu tinha uma lareira que me
permitia aproveitar um clima gostoso e aconchegante, meu quarto era o lugar
preferido da casa, pois lá eu tinha tudo que gostava, um canto para meus livros
com uma escrivaninha, prateleiras lotadas de histórias incríveis de outros
autores além das minhas, na parte esquerda do quarto tinha um local reservado
para jogos de vídeo game e meu computador e no centro, por fim tinha minha
cama.
Era
engraçado como tudo aquilo era aconchegante, e ainda sim me sentia incompleto
como se algo tivesse sido arrancado enquanto dormia de mim.
Me sentia solitário.
Terminei
de me arrumar após um banho bem quente e me dirigi à porta indo para o trabalho,
desci as escadas quando o telefone tocou, então fui na direção do som.
-
Alô!
-
Olá! Bom dia. É o número do Leonardo? – Disse a moça do outro lado da linha.
-
Sim, pois não? – Respondeu.
Part
1. Continuação....
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