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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Crítica - Série Gotham

Gotham é o mais novo seriado sobre o Cavaleiro Negro – mas de modo indireto. Não, não veremos aqui os Batman lutando contra o Coringa e o Duas Caras, mas sim como essa cidade originou todos os vilões clássicos que amamos: Pinguim, Charada, Mulher-gato... Todos eles. A série vem na onda dos seriados sobre super-heróis (assim como o novo Flash), e da importância adquirida pelos vilões (Malévola, da Disney, é um exemplo). Isso não significa que Bruce Wayne está ausente: no lugar de o assassinato de seus pais ser um flashback, esse é o ponto de partida para toda a série, e vemos como o jovem Wayne ficou nos dias que se seguiram ao trágico acontecimento.

O protagonista oficial é Gordon, o detetive que acostumamos a ver como o Comissário que tem – ou tenta ter – as rédeas da situação. Oficial porque, na verdade, a verdadeira protagonista é a própria cidade – similar ao próprio cortiço no livro O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Ela é o fator que une uma menina ladra, um jovem psicopata, membros da máfia, uma polícia corrupta, um herói em ascensão e um detetive lutando pelo bem.

Destaque para a nova personagem: Fish Mooney. Mulher ambiciosa, membro da máfia com certa influência, subordinada apenas ao chefão – Falcone. Ela cabe perfeitamente no microcosmo de Gotham, e representa uma vilã em potencial, capaz de manipular o jogo com uma frieza digna do Príncipe de Maquiavel.

Gotham ganha pontos com a fotografia. A remodelação de New York – sim, é realmente New York – para o estilo gótico da cidade dos quadrinhos é imperceptível até ao espectador mais atento. (Eu só fui capaz de perceber graças ao making of exibido pela Warner, pra ser sincero). E tudo está nos mínimos detalhes: uma gárgula colocada no topo de um prédio, uma fumaça densa no ar, tudo contribui na caracterização dessa cidade de loucos.

Os efeitos especiais e as cenas de ação, claro, não são tão fantásticos quanto os da trilogia – é claro, já que metade da ação é feita pelo Batman. Mas ainda assim, algumas cenas são de tirar o fôlego. A dissimulação de Mooney e a seriedade de Gordon são elementos antagônicos que contribuem muito para as melhores cenas do seriado.

Outro detalhe é Alfred. Diferente daquele senhor bondoso ou do mordomo do Batman, ele é simplesmente o tutor de Bruce Wayne. Muitas vezes, ele representa o papel de pai, com duras repreensões ao lado de fortes demonstrações de afeto. Um Alfred diferente, mas ainda assim, o mesmo.

Muito deve se esperar dessa série, que ainda está em seu sexto episódio. A primeira temporada já foi expandida, um sinal promissor. Espera-se, porém, que ela não cometa o erro de muitas outras séries, de ficar perdida demais em um tema. Espero, realmente, que ela explore as várias facetas dessa cidade fantástica, e de seus habitantes extremamente curiosos.

Detalhe: a atriz brasileira Morena Baccarin participará do seriado como médica, antiga amiga dos pais de Bruce. Ela já foi indicada ao Emmy por sua atuação em Homeland.


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